sexta-feira, 17 de junho de 2011

A NOITE E A CADENTE



Fez bem pra alma e se ergueu em vigores misteriosos a inspiração noiteira que circundou o poema. Uma noite dessas tranqüilas, céu lindo salpicado de estrelas.
Andava eu, peregrinado caminhos pelas querências tão frias da minha serra Gaúcha, lá pras bandas de Bom Jesus no longínquo distrito da Casa Branca, na estância Rincão do Lima dos meus amigos Barcellos, era frio e assim me lembro, saímos a noite espichando o trote dos pingos mansos, procurávamos lonjuras, queríamos a noite linda e beirando a costa do Rio Cerquinha eu me encontrei com a bela. Uma candente que refletiu seu rastro em meus olhos, riscando o manto negro do céu. Pensei e fiz um pedido, guardei pra mim a alegria daquele momento lindo.
Mais tarde, já pela cidade, o pensamento daquela noite não saia da minha cabeça. Num momento reflexivo me encontrei com meus espíritos, então a cancela da rima se alargou frente ao papel, chego me arrepiar só em lembrar, comecei a escrever numa última página de um caderno velho e assim segui sem parar. Trazia frente aos olhos o bailado daquela cadente, onde o brilho se fez verso, onde o escuro da noite se iluminou frente a alma. E juntas cantaram, a noite e a estrela, a estrela e a noite. Onde a magia que tem no campo refletiu duetos espichados e tão doces, duetos cantados com doce amor.
Quando me deparei com a escrita em meio a rabiscos e garranchos, vi um verso – alma sincera – vi tudo aquilo que arrebatava minha mente desde a noite no Rincão do Lima, frente a beleza inspiradora de um verso misterioso, acreditando na magia do campo, acreditando em sonhos chamameceros, nació entonce, en una cruda linguaje, um versito castilhano. Foi emoção por completo, somente sorri sozinho. Têm certas coisas que acontecem conosco, que não se explicam, é a alma, é o avesso da vida, é o simples tão puro, é o coração que bate além do peito.
E hoje elas vivem juntas NOCHE Y CADENTE, presas num canto lindo que se esvai frente aos ouvidos. Conseguiram assim cantar duetos, cantar encantos, com a ternura caminhante do momento. Gracias Vitor Amorim, por dar sentido a esses versos, numa melodia tão rica e mesmo assim tão singela.
Com isso fica o convite para que domingo a noite dia 19/06/2011, possamos ver as duas, juntas no palco da Sapecada de Lages-SC. Onde elas cantaram simplesmente. Cantaram os duetos deste chamamé com a voz mágica que o campo inspira. Cantaram enfim, NOCHE Y CADENTE
NOCHE Y CADENTE

Estrellita rastreando sueños por la madrugada
Y una linda mirada campea voz p’a su cantar
Nubes del cielo son mismas que ponchos negros
Con los secretos que una cadente hay de soltar

Algún silencio habita el pecho de la noche
Sin los sonrisos melodiosos por supuesto
Facha dormida se alumbra en miel del rocío
Tiempo con frio que enruga el sentimiento

Pero la magia que tiene el campo
Mirando estrella besar la flor
Hace un pedido p’a noche calma
Cantar encantos en esplendor
Llamando coplas noche y candente
Hablan duetos con dulce amor

La ternura caminante del momento
En pensamientos algún nochero cantar
Que solamente son oídos en la pampa
En la esperanza de una vihuela llorar

Y van cantando sus penas y sus recuerdos
Pateando el viento con ecos del corazón
Noche estrellada al encontrar una cadente
Es diferente con misterio en su canción.

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